Um poderoso romance ambientado no Portugal renascentista, na tradição de «O Último Cabalista de Lisboa».
Uma viagem ao abismo das crianças portuguesas raptadas no século XV.
Em 1485, a Coroa portuguesa e a Igreja Católica procederam ao rapto de crianças judias, com o intuito de as converter à força e de as embarcar para a ilha de São Tomé a fim de aí trabalharem nas plantações de cana-de-açúcar. A colisão entre a escravatura, a produção açucareira e a descoberta das Américas transformou esta colónia insular no berço do comércio de escravos negros que infectou o continente africano e o comércio ocidental durante os 350 anos seguintes.
Rapto em Lisboa conta a história do jovem Marcelo Saulo, um menino judeu raptado juntamente com a sua irmã Leah e outras crianças da sua sinagoga em Lisboa e embarcado para aquela ilha da África Ocidental, a 4.000 milhas de distância.
A obra aborda questões melindrosas como o sectarismo da Inquisição, a torpeza do tráfico de escravos ou a tortura como método institucional de interrogatório. Paul D. Cohn instala o leitor em pleno século XV, no epicentro da epopeia dos Descobrimentos, dando-lhe conta de um capítulo pouco conhecido da Diáspora.