Nos anos 30, quando foi estabelecido contacto com tribos da Nova Guiné que até então tinham permanecido isoladas do mundo exterior e ignoravam a sua existência, descobriu-se que sorriam e franziam o sobrolho sem ambiguidade como qualquer ocidental, apesar das centenas de milhares de anos de separação desde o último ancestral comum partilhado. O «sorriso» de um babuíno é uma ameaça; o sorriso de um homem é um sinal de agrado: é a sua natureza humana em todo o mundo.
Partindo do pressuposto de que existe uma natureza humana típica, e sem negar a existência de diferenças culturais e de particularidades humanas, Matt Ridley, autor de Genoma, acredita que é fácil tomar como garantida a semelhança sólida que subjaz à raça humana. A sopa de olhos de ovelha, um abanar de cabeça que significa sim, a privacidade ocidental, os rituais de circuncisão, as siestas da tarde, as religiões, as linguagens, as diferenças na frequência do sorriso entre um empregado de restaurante russo e um americano - existe uma míriade de particularidades humanas, bem como de características universais.
É impossível entender a natureza humana sem compreender como esta evoluiu, assim como é impossível perceber como evoluiu a natureza humana sem compreender como evoluiu a sexualidade humana. Tomando o sexo como tema central da nossa evolução, A Rainha de Copas é um inquérito à natureza dessa natureza humana.
A Rainha de Copas foi finalista do Prémio Rhône-Poulenc 1994 para o melhor livro de ciência.
MATT RIDLEY nasceu em 1958 perto de Newcastle Upon Tyne. Doutorado pela Universidade de Oxford, foi investigador na área da Biologia antes de se voltar para o jornalismo científico, área onde foi galardoado com o prémio Glaxo para escrita científica. É autor de Genoma, The Origins of Virtue e Nature Via Nurture. É casado e tem dois filhos.