Ensaios e textos de intervenção por uma consciência e uma ética globais e um novo paradigma cultural e civilizacional
Repensamos e actual civilização à luz de uma consciência e ética globais e de um novo paradigma cultural e civilizacional. Fazemos a crítica de um (fim de) ciclo antopocêncrito e especista, em que o ser humano se imaginou o dono do planeta e que, na sua deriva produtivista-consumista, se aproxima de uma crise terminal: pelo esgotamento dos recursos naturais e dos conbustíveis fósseis, pela destruição da biodiversidade e da cultura, pela crescente injustiça económica e social, pelo galopante mal-estar espiritual e existencial e pelo avolumar do sofrimento gerado na comunidade dos seres vivos, humanos e não-humanos. Defendemos que a instrumentalização do outro, humano, animal ou nateraza, dê lugar a uma cultura do cuidado e do empenho no bem comum a todos os seres vivos, aos ecossistemas e ao planeta, como um todo inseparável. Estamos convictos de que a suprema potencialidade do ser humano só se realiza na realização desse bem universal, pelo o alargamento da noção bíblica de "próximo" - "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mateus, 22, 39) - a todos os seres dotados de consciência, sensibilidade e vida, como humanos, animais e plantas, ou viventes e existentes, como a terra e o céu, as montanhas, os rios e os mares. O meu próximo é todo aquele e tudo aquilo de quem eu for capaz de me aproximar, ao ponto de o sentir íntimo e inseparável de mim, num abraço do espírito-coração a todo o universo.