Os três confrontos travados entre Roma e Cartago foram épicos na escala, na intensidade e no drama, e abundaram em personagens notáveis. Os Romanos alinharam figuras como Fábio Máximo, o homem que salvou a República ao furtar-se ao combate, e os Cipiões, carrascos de Cartago. No lado púnico, a figura mais carismática é Aníbal Barca. A sua marcha para Itália, através dos Alpes, e as batalhas que venceu são verdadeiras epopeias. Canas é uma das poucas batalhas anteriores ao século XVIII que ainda se estuda nas academias militares. Napoleão incluiu Aníbal nos «Grandes Capitães» do passado. Von Schlieffen, o arquitecto da ofensiva contra a França, em 1914, tentou reproduzir a genialidade das tácticas de Aníbal. O general Norman Schwarzkopf afirmou ter-se inspirado nas campanhas de Aníbal para a sua rápida vitória no Golfo, em 1991. As Guerras Púnicas marcaram uma fase importante na história de Roma e na sua ascensão imperial, tendo assim contribuído para a construção da Civilização Ocidental. De facto, a história teria sido muito diferente com Aníbal contemplando as ruínas de Roma.