Quarenta anos depois do clássico Se Isto é Um Homem, Primo Levi, consciente de que o Holocausto corria o risco de, pouco a pouco, ser apagado da memória colectiva, voltou ao tema dos campos de concentração nazis com a apaixonada e apaixonante clareza de toda a sua obra. O resultado, foi este livro de 1986 - um ano antes do seu suicídio - no qual procura respostas para perguntas que nunca deixaram de o obcecar até ao fim. Quais são as estruturas hierárquicas de um sistema autoritário e quais as técnicas para aniquilar a personalidade de um indivíduo? Que relações se criam entre opressores e oprimidos? Quem são os seres que habitam a «zona cinzenta» da colaboração? Como se constrói um monstro? Era possível compreender de dentro a lógica da máquina do extermínio? Era possível revoltar-se? Finalmente, como funciona a memória de uma experiência extrema? Questões infelizmente, ainda hoje, bem actuais e a que Primo Levi responde com a sua lucidez extrema e no estilo seco e descarnado que lhe é tão próprio. Os que Sucumbem e os que se Salvam fecha o tríptico iniciado com Se Isto é Um Homem e continuado em A Trégua que constitui, sem dúvida, uma das mais lúcidas e impressionantes visões dos campos de extermínio nazis.