Este livro, com 348 páginas e 400 ilustrações, resulta de dois anos de investigação de uma equipa que tratou cerca de 1.500 documentos, alguns inéditos, 400 artigos e opúsculos, e 60 livros, de arquivos públicos e particulares. Ultrapassando a história convencional das "causas" e a história "kitsch" das conspirações, o Dossier Regicídio concentra-se no processo judicial instaurado a 7 de Fevereiro de 1908, concluído a 27 de Setembro de 1910 mas desaparecido após a proclamação da 1ª República. Foram recolhidos os factos relevantes "julgados" pela imprensa, governos e oposição, partidos políticos, Maçonaria e Carbonária. Pela primeira vez são tratados e apresentados os relatórios e cartas dos juízes, agentes e informadores do Juízo de Instrução Criminal até 1910, sobretudo Almeida Azevedo, Abílio Magro, Jaime Tavares e Assunção Araújo. O resultado é a reconstrução do "masterplan" desde as reuniões de Paris de Novembro de 1907 até à nomeação do dissidente José de Alpoim como Procurador Geral Adjunto da República. Mostra-se como foi preparado, executado e depois silenciado um "crime quase perfeito". São avançadas hipóteses fortes como o facto de Buíça e Costa terem sido executados pelos "grupos de eliminação" e não pelas forças de segurança e a compra das armas pelo visconde de Pedralva. A equipa de investigação foi coordenada por Mendo Castro Henriques e contou com Maria João Medeiros que fez o levantamento iconográfico e Jaime Regalado, especialista de armamento. O historiador João Mendes Rosa esclareceu os meandros da Carbonária. O contexto histórico do crime foi estudado por Luiz Alberto Moniz Bandeira, catedrático da Universidade de Brasília.