Prisioneiro do Estado é a apresentação quase integral do diário gravado de Zhao Ziyang durante a sua prisão domiciliária e retirado clandestinamente da China. Qual o significado deste diário? Antes de mais, trata-se da primeira vez que um dirigente chinês da importância de Zhao fala abertamente sobre a vida nas altas esferas políticas. Constitui um olhar íntimo sobre um dos regimes mais opacos do mundo. Ficamos a conhecer os triunfos e os fracassos, as jactâncias e as inseguranças do homem que tentou introduzir as mudanças liberais na China e que fez todos os possíveis para evitar o Massacre de Tiananmen. Constitui a versão de Zhao da História e talvez aqui ele apresente os seus argumentos para uma geração futura de líderes que poderão reanalisar o seu caso e decidir se ele deve ou não ser reabilitado na memória do Partido e da nação. A China que Zhao retrata neste livro não é nenhuma dinastia há muito desaparecida. É a China de hoje, cujos dirigentes aceitam a liberdade económica, mas continuam a intimidar e a prender qualquer pessoa que tente falar abertamente de mudanças políticas. A China continua a ser uma nação onde a obsessão do Partido com a sua própria perpetuação comanda o seu comportamento público e onde as vozes patrióticas inconformistas são silenciadas.