De todas as obras que alguma vez se escreveram sobre política, talvez nenhuma provoque a sensação de perene actualidade que, desde há quinhentos anos, continua a desprender-se das páginas d'O Príncipe.
A terminologia, os conceitos e, por maioria da razão, os exemplos neles invocados, sejam da Europa do Quattocento ou da Antiguidade greco-romana, estão obviamente, datados.
Porém, a impressão que se colhe da sua leitura é a de que o livro se dirige a nós, aqui e agora, e deque existe no seu significado alguma coisa que sobrevive a extravasa para lá das circunstâncias em que, sucessiva e diferentemente, vai sendo lido.