A democracia portuguesa nascida do 25 de Abril, trouxe aos portugueses a liberdade de imprensa, o alargamento do espaço público e a mediatização da vida política. O desenvolvimento da comunicação política levou os políticos a investir recursos e a mobilizar esforços na elaboração de estratégias de comunicação, sem as quais lhes é difícil fazer chegar ao público as suas mensagens. Para obterem a adesão dos cidadãos os políticos necessitam dos media. São eles que lhes proporcionam a visibilidade essencial à conquista do voto - única maneira de, em democracia se alcançar o poder. Ora, nos sistemas políticos que consagram o sufrágio universal como forma de escolha dos governantes, as estratégias de comunicação política passam, cada vez mais, pelo recurso à criação de acontecimentos destinados a atrair os jornalistas. Na medida em que os jornalistas necessitam de notícias -matéria prima de que se alimenta o seu trabalho - surge uma complexa teia de relações entre políticos e jornalistas, nem sempre fácil de gerir e de compreender. Daí a pertinência de questões como:
Quem influência quem?
Quais as estratégias usadas pelos políticos para ser notícia?
Como é que, em Portugal, o Presidente da República, contorna o carácter essencialmente simbólico da função presidencial e mobiliza os media?
Que estratégias utiliza? De que instrumentos dispõe?
E como reagem os jornalistas?
Estas são algumas questões a que este livro procura dar resposta através da análise da estratégia e do aparelho de comunicação de Mário soares, nomeadamente, as Presidências Abertas.