O Pregado traça um panorama da história germânica, com comicidade e sem pudores, dando ênfase às relações entre o homem e a mulher e a evolução alimentar. Narrado na primeira pessoa, a história inicia-se ainda no Neolítico, quando a mulher subjugava o homem, e termina na tumultuada Polónia da década de 1970. A personagem principal, que reencarna de geração em geração, possui nove esposas referentes a cada época da sua vida incomum. No início de sua trajectória, o homem pesca um pregado, um estranho peixe falante que o acompanha e aconselha ao longo dos tempos. É o pregado que incita o homem a manusear o metal e com ele desvincular-se do poder feminino, e o encoraja a gerar guerras e supremacias. Dividido em nove capítulos, cada um relativo a um mês de gestação, O Pregado é um livro magistralmente escrito e conduzido, onde Günter Grass une elementos da mitologia alemã, da sabedoria popular e das concepções vanguardistas feministas. O Pregado, romance-chave da obra de Günter Grass, constitui uma reflexão sobre o papel dos sexos em cada época e em como esse papel poderá transformar-se no futuro, sem repetir os erros do passado.