O Oriente alimentou desde muito cedo na história o imaginário português, constituindo uma forma privilegiada de alteridade. Conceber, todavia, a existência de um Oriente uno é necessariamente redutor: ele comporta uma extrema diversidade temporal e cultural, com descontinuidades internas - como as da própria presença portuguesa nos territórios que evoca.
Este livro sobre o Oriente reúne historiadores e antropólogos atentos às diversidades locais, aos modelos de negociação estabelecidos, às representações recíprocas, às categorias mobilizadas para a construção simbólica e política daquele universo. Resistindo, assim, às grandes teorizações e debates e tentando inverter a perspectiva marcadamente lusocêntrica que tem acompanhado a reflexão portuguesa sobre o Oriente.