A peregrinação fotográfica de Rui Ochôa insere-se neste reflexo de nostalgia imperial agora depurada pela ausência de todo o imperialismo, mesmo o da memória. Estivemos naqueles lugares que a sua máquina de colher o tempo foi registando para que alguma coisa de vivo continue a falar-nos do que ignorávamos ou tínhamos distraidamente semeado pelo vasto mundo, sinais de violência como fortalezas, sinais da comunhão espiritual também não isenta dela mas nela transcendida, igreja barroca ao lado do templo hindu ou mesquita, casas bem lusitanas, perdidas como no tempo de Mendes Pinto nas costas das muitas Chinas onde a nossa curiosidade e ganância nos levaram, tudo se pode visitar ou revisitar nesta espécie de álbum do nosso esplendor de antanho, nunca abolido.