Portugal, Salazar e os Judeus é um trabalho pioneiro de investigação histórica sobre os judeus perseguidos pelo nazismo, em Portugal, durante a Segunda Guerra Mundial.
A perseguição e a condenação dos judeus por motivos raciais ocorreram numa Europa antiliberal, desiludida com a democracia, carecida de «ordem» e líderes fortes. Naqueles anos, a segregação racial constituía um ideal social; a violência, um direito legítimo; a guerra e o uso desenfreado da força, provas de superioridade humana; e a eliminação do outro, no caso dos judeus, uma cruzada pseudodivina.
O Portugal de Salazar – que assistiu a tudo na posição privilegiada de país neutro, longe das grandes batalhas que selaram o destino da Europa e do mundo – não ficou imune ao confronto moral e ético suscitado pela questão judaica. A relação de Portugal com os judeus perseguidos foi ambivalente, composta de atitudes positivas e negativas.
Esta obra analisa com rigor os principais protagonistas deste drama: Salazar, a PVDE, a elite social e política portuguesa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros e seus representantes fora do país, os líderes da Comunidade Israelita de Lisboa, os representantes das organizações judaicas internacionais que actuaram em Lisboa e os refugiados. A investigação que lhe deu origem baseou-se em documentação portuguesa e nos arquivos israelitas.