Em Fevereiro de 2008, o jornalista Nuno Ferreira (ex-Expresso e ex-Público) inicia a pé um longo e demorado périplo pelo que é habitualmente designado "Portugal profundo". Ao longo da viagem, enquanto passa por vagabundo, contrabandista ou peregrino a Fátima, redescobre um país esquecido, muitas vezes entregue a si próprio, que luta desesperadamente contra a desertificação. A caminhar do Algarve ao Minho pôde ir observando Portugal com a cadência de uma câmera lenta e atenta aos pormenores: uma partida de futebol num campo pelado, um funeral, a partida para a pesca de uma traineira sobrevoada por gaivotas, a azáfama de um restaurante de estrada repleto de camionistas, um idoso lavrando com a ajuda do burro a última das courelas transmontanas. Portugal pela lupa nostálgica de Nuno Ferreira é assim: mal gerido mas definitivamente muito bonito.