A história do Hospital de Santo António, seja qual fora perspectiva com que seja abordada, surge como saga de determinação, arrojo e altruísmo. Desde logo a sua construção, que, independentemente da megalomania do projecto e do erro da localização, constituía necessidade premente da urbe em transformação. No entanto, ficará demonstrado neste livro – às vezes através de protestos e recriminações – que, para edificarem e manterem o seu Hospital, os portuenses e a sua Misericórdia se viram, as mais das vezes, sozinhos e desapoiados pelo poder que, em momentos decisivos, tratava o Porto com a sobranceria (ou o despeito) de um centralismo que só nos meados do século XX começaria a olhar a cidade na justa medida das suas carências hospitalares.