Esta é a mais completa recolha de calões à moda do Porto até hoje reunida em livro. São 1.735 os vocábulos que corporizam o admirável quanto prodigioso falar do Burgo. Um património ainda vivo que anda nas bocas do mundo, contagiando mesmo o mais incensado a pecaminosas faladuras.
Ao longo dos anos, ao andarilhar pela urbe e zonas rrabaldinas, o autor foi registando os termos mais triviais dos tripeiros – enfim, contos e ditos de empanzinar o mais desbarrigado. Em destaque, a graciosidade de um glossário com cheiro a manhãs, a bulícios, a rua. E daí o livro relevar a seiva da oralidade, a voz de um código jocoso, acentuando um alfobre igualmente malicioso, obsceno, espúrio e bastardo.
Trata-se de um modo de auto-estima, de cumplicidade, seja de popular ou de marginal personalidade linguística.
Porto – Naçom de Falares é considerado um acto de rebeldia contra o cosmopolitismo falsamente progressista e um assomo de autenticidade.
A obra inclui, também, um sub-capítulo com algumas bem conhecidas expressões da cidade do Porto, e uma dezena de histórias testemunhadas por Alfredo Mendes, onde o calão fala mais alto.