Um clássico é um livro que nunca acabou de dizer o que tem a dizer
Os clássicos são livros de que se costuma ouvir dizer: «Estou a reler…» e nunca: «Estou a ler…»
Um clássico é um livro que nunca acabou de dizer o que tem a dizer.
Os clássicos são livros que quanto mais se julga conhecê-los por ouvir falar, mais se descobrem como novos, inesperados e inéditos ao lê-los de facto.
Chama se clássico um livro que se configura como equivalente do universo, tal como os antigos talismãs.
O nosso clássico é o que não pode ser-nos indiferente e que nos serve para nos definirmos a nós mesmos em relação e se calhar até em contraste com ele.
A partir destas e de outras definições de clássicos que nos oferece no primeiro capítulo, Calvino vai dar resposta à pergunta que dá o título a este livro, numa série de brilhantíssimos ensaios que percorrem alguns dos pontos mais altos da literatura e do pensamento mundiais. A Odisseia, Xenofonte, Ovídio, Plínio, o Velho, Tirant lo Blanc, Ariosto, Galileu, Robinson Crusoe, Cândido, Diderot, Stendhal, Balzac, Dickens, Flaubert, Tolstoi, Henry James, Robert Louis Stevenson, Conrad, Hemingway, Borges e muitos outros autores e obras definitivamente clássicos.
«Nesta obra de Calvino só faltará, talvez, a referência a um outro clássico indiscutível. Ele próprio.»
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