– Passou meio século, desde que um milhão de jovens portugueses lutou nos palcos da Guerra do Ultramar ou Colonial. Nove mil morreram e muitos mais ficaram estropiados, tanto física como psicologicamente. Milhares de familiares e amigos sofreram a angústia de não terem noticias deles e sofreram o medo de os perder.
– Esse milhão de jovens não foi um milhão de fascistas que partiu para África, de armas na mão, para subjugar populações. O meu avô não era um fascista! Conheci-o bem.
– Nenhum de nós era fascista! A juventude daquele tempo respondeu em bloco, impregnada de sentimentos patrióticos, por isso merece o respeito de todos.
– Um respeito que lhe tem sido negado, por razões políticas, que já são difíceis de entender – acrescentou o jovem engenheiro, a pensar no seu avô.