«O homem atirado ao chão, espancado, algemado. Primeiro houvera a fila negra da polícia, de um lado, junto às portagens, e do outro a multidão, os carros parados. O homem ali estivera como tantos outros, porém mais visível. Não por estar na frente. Quieto, calado, direito, com uma dignidade sem distracções. Uma presença filosófica.Os polícias avançaram e escolheram-no. Ele atraía-os, era inevitavel. A atração fatal subiu das funduras reptilianas do cérebro dos polícias, como um monstro do fundo dum lago.»O romance parte de uma situação de "fait-divers" (um homem morto durante manifestações na Ponte 25 de Abril) para nela simbolizar situações de imolação e exorcismo que identificariam a geração de sessenta e a geração de noventa. Maria Alzira Seixo