Este é um livro começado mas nunca acabado. Não fui capaz de o terminar. Foram muitas as vezes em que quase o destruí por pensar que nunca mais conseguiria ter descanso enquanto estas páginas existissem para me censurar. Também não fui capaz de o fazer. Foi por isso que dei instruções para que fosse encerrado numa caixa que deverá permanecer fechada até ao momento em que eu, a minha esposa, Laura, a nossa irmã, Marian Halcombe, e todos os nossos filhos, já tenhamos falecido.
Assim tem inicio esta impecável e brilhante recreação dos mistérios de Inglaterra vitoriana, na qual Walter Hartright e a sua cunhada Marian Halcombe - os dois protagonistas do celebre clássico A Mulher de Branco, de Wilkie Collins - se envolvem noutra dramática e perigosa investigação.
Walter é inesperadamente encarregado de escrever uma biografia de um dos maiores pintores ingleses de todos os tempos, o célebre paisagista romântico Joseph Turner, mas descobre bem depressa que este é um personagem bem perturbadoramente estranho, objeto de inúmeros rumores dos mais variados sentidos. Quem estará a mentir a seu respeito? E que interesses estarão por detrás desse ataque a um génio desaparecido?
A investigação de Walter e Marian condu-los ao verdadeiro coração das trevas que era o universo de Turner, e força-os a enfrentar um mistério que ameaça a sua sanidade mental, a confiança que depositam um no outro, e as suas próprias vidas.
A pista negra é uma inesquecível história de suspense, uma viagem pela Inglaterra vitoriana, através dos seus tugúrios e palacetes, da sua moralidade pública e dos seus vícios privados, da sua espantosa riqueza e da mais negra miséria.
Uma impecável e brilhante recreação dos mistérios da Inglaterra vitoriana.