As piscinas estão situadas na zona oriental de Lisboa, no Beato. Uma zona que sofre vários problemas devido à dispersão dos núcleos habitacionais, o aparecimento de construção clandestina e a degradação da zona envolvente ao caminho-de-ferro. Parecia fulcral que o projecto permitisse reunir as duas partes separadas pela linha do comboio, requalificando uma série de espaços, construindo cidade com arquitectura.
O projecto é o resultado de uma série de operações de transformação do território: cobre-se a linha-férrea, remetendo-a para um túnel; constroem-se dois longos volumes que, como muros, definem os limites, as vias públicas e um plateau que contém uma linda vista de rio e cidade. Entre estes grandes muros uma estrutura metálica cobre a piscina grande e divide o lote em duas partes: a norte situa-se o estacionamento, a sul fica o relvado, a piscina exterior e as áreas de lazer. Nos topos virados a sul, os dois corpos contêm a piscina de aprendizagem e um café-bar, desfrutando das vistas panorâmicas que este lugar oferece.
As três piscinas caracterizam-se por possuírem três ambientes distintos: a piscina grande encerra uma grande interioridade – vocacionada para o treino e competição, dignifica a prática da natação através de um ambiente forte e introspectivo – é um espaço coberto por uma grande estrutura metálica que se apoia apenas nos extremos, reflectindo a luz lateral e criando um campo de tensão com o plano de água. A piscina de aprendizagem abre para o exterior num topo em que enquadra a vista de rio e no extremo oposto para um pátio mais íntimo. A piscina exterior, direccionada para o lazer, situa-se no plateau relvado voltado para o sol e o rio Tejo, usufruindo de uma calma e tranquilidade típica e tão própria dos inúmeros jardins privados espalhados pelas colinas de Lisboa, que sempre nos surpreendem pela magia com que nos protegem e transportam da realidade urbana para um mundo completamente diferente.