“Conheço pessoas, novas e velhas, que têm receio de viver.
Pensam que se estiverem quietas, nada de mau lhes vai acontecer. Desistem de tudo. Ficam paralisadas junto à vida.
Nem novas, nem velhas, desistidas. Fingem tudo, fingem até estar vivas. Quase não respiram, para não acordar a vida. Olhos parados, como se já tivessem absorvido toda a paisagem. Não sabem, ou nunca souberam, que nascemos água, vivemos terra e morremos fogo. A seguir é a eternidade.”
“Muitas vezes me perguntam porque gosto de sonhar. Talvez porque me ensinaram, desde tenra idade, que é mais fácil esquecer a realidade do que o sonho. No sonho, conseguimos lembrar cada folha, cada árvore, cada pedra, cada pedaço de areia envolvida em espuma do mar. A realidade, por vezes, faz doer, por isso é melhor esquecê-la”