Cherry Mosteshar nasceu no seio de uma abastada família iraniana. Embora tenha nascido no Irão, foi educada no Ocidente, tendo estudado em Oxford. Quando, já como jornalista, regressa ao seu país natal como correspondente para a imprensa britânica, encontra uma realidade bem diferente da que esperava. O Irão da era pós-revolucionária vai abalar as suas crenças e o seu futuro, vai chocá-la de um modo irreversível.
Nesse Irão “moderno”, Cherry encontra a única realidade a que as mulheres islâmicas têm direito: uma realidade despida de opções e humanidade, na qual ela, como todas as mulheres, não tem qualquer estatuto de valor.
É durante a elaboração das suas reportagens sobre o governo iraniano que Cherry começa a questionar abertamente as leis islâmicas. Sob ameaça de prisão e considerando a hipótese de regressar ao Ocidente, Cherry conhece um homem iraniano cuja sensibilidade e fé lhe permite recuperar uma tradição que julgara ter perdido para sempre. Ele parecia, de facto, estar do seu lado... Será apenas após o casamento que Cherry virá a descobrir a verdadeira e terrível natureza desse homem; e, num país onde os homens podem tudo, isso será, por si só, uma ameaça constante.
Este relato vívido, duro e apaixonado é o fruto dessa experiência, e retrata sem pudor o quadro chocante da opressão feminina nos países islâmicos onde o Corão é usado como uma arma legitimadora da opressão e da violência sobre as mulheres.