Cabrita Reis desde muito cedo se assumiu como autor. Isto é, como alguém que tem uma palavra e uma imagem própria a acrescentar ao mundo. Acrescentar não para o transformar a nível colectivo, sequer para o desmentir dos rumos que ele vai tomando, mas, tão-somente, para esclarecer o mundo desse seu íntimo propósito. O que significa que inscreveu em cada passo da sua acção como do seu discurso uma prevalência do sujeito enunciador sobre o objecto enunciado. Sem que, todavia, tal tenha correspondido ao que seria um fechamento numa dimensão nominalista, segundo a qual seria obra tudo quanto o artista designasse como tal.