"Toda a gente necessita de ser capaz de fazer coisas pouco habituais: estar casado e deitar-se com alguém que não seja o seu cônjuge, diz alguém no final destes ""Pecados Sem Conta"", nos quais Ford aborda o adultério como uma forma de evasão possível que acaba por ser, como tantas coisas, esporádica, frustrante, sem nada de encantador. O título de vários contos, a cadência narrativa, o tom, os diálogos, tudo contribui para criar um enredo de ilusão, remorsos e as decepções inerentes àqueles que experimentam experiências renovadoras, sabendo que, no fundo, nada se modificará. Os pecadores de Ford são pecadores razoáveis, que não esperam impossíveis e vivem as suas aventuras prevendo o seu final doloroso e, por isso, obrigatoriamente suportável. As perspectivas, essas sim, são variáveis"