Francisco de Paula Oliveira, o mítico Pavel, é um dos mais misteriosos combatentes antifascistas portugueses. Aderindo desde muito jovem ao Partido Comunista Português, foi considerado o sucessor natural de Bento Gonçalves, o secretário-geral a cumprir pena no Tarrafal.
Em Maio de 1938, depois de se evadir da cadeia do Aljube, Pavel foge para França. O Partido Comunista, que havia preparado a evasão, abandona inesperadamente o seu militante, abrindo caminho à ascensão de Álvaro Cunhal. Desprezado pelos seus camaradas, Pavel adoptou o nome de Antonio Rodríguez e exilou-se no México. Naquele país, escreveu nos mais importantes jornais e revistas, fundou o Clube de Jornalistas, lutou contra as injustiças de que eram vítimas os indígenas, foi agraciado por diversos Presidentes da República e o seu nome foi atribuído a salas de museus, auditórios, escolas, ruas… Foi amigo de Frida Kahlo e de Diego Rivera, tornou-se num dos mais prestigiados intelectuais e atingiu grande reconhecimento internacional.
Apesar destes feitos extraordinários, este homem é ainda desconhecido em Portugal e o seu nome continua a ser um tema incómodo para o Partido Comunista, de cuja história foi riscado. Porquê? A resposta está neste livro.