Paulo Cunha protagonizou a diplomacia moderna, a integração na North Atlantic Treaty Organization (NATO) e o pedido informal de adesão à Comunidade Económica Europeia (CEE). Foi uma mente política autónoma e um atlantista por valores cívicos, antes e depois de exercer o cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros (1950-1958), e confrontou dentro do Governo o comando sultânico de Salazar.
A atitude sobre os bloqueios nacionais (o regime autoritário e o integracionismo colonial) faziam de Paulo Cunha um reformista da primeira “ala liberal”, derrotada no Verão de 1958, ao cabo de dramáticos confflitos e da batalha pela democracia que arrastavam então Portugal para o embate militar.
Com documentos inéditos, o historiador José Freire Antunes revela três causas perdidas do MNE Paulo Cunha: a evolução para o Estado de Direito, a acatação do espírito da Carta das Nações Unidas e o acerto com os Estados Unidos da América contra o isolamento de Portugal na cena internacional.