Depois de uma incursão no conto e na crónica, Suleiman Cassamo escreve, com Palestra para Um Morto, o seu primeiro romance. Um romance que faz, obstinadamente, a interpelação dos mortos. Um romance que divide em quatro ciclos, cada um dedicado a um registo diferente, embora o tema seja comum. Quatro ciclos plenos de imaginário, de fantástico, de tradição e mistério, de feitiço. E de enfeitiçar. Quem o lê, quem o compreende, quem com ele partilha a lenda e a realidade, e quem com ele percorre este longo caminho dos vivos de que os mortos são parte inalienável. Como se, num paradoxo, os mortos determinassem a vida. Um romance diferente, em que imaginação, criatividade e a presença constante e penetrante de uma fortíssima cultura ronga, a do lugar da sua infância, e que irrompe da sua escrita, não deixam nunca de dar as mãos.