Decidi procurar o nada: o do exterior, o do interior, o do indivíduo perante uma (in)existência onde o quotidiano se imiscui e as dores interrogadoras do ser se aglomeram e se chocam. Perguntas sem resposta, dúvidas em ânsia, receios que se transformaram em animais selvagens e noturnos. Este não é um livro onde haja soluções. Não são poemas que se revejam em imagens conciliadoras. Nem as imagens procuram paz ou justificação nas palavras. As fotografias, tal como os textos, foram trabalhadas em busca de um conceito estético niilista e na medida em que tentam traduzir estados de espírito. Não se pretende explicar nada. Que cada poema diga o que quiser e que cada imagem cante o que lhe der na gana.