O nosso amigo José Jorge não pará de nos surpreender. Desde os tempos de estudante, quando cursava Engenharia em Lisboa, e durante toda a sua vida profissional, até aos dias de hoje, sempre viveu com uma grande intensidade e revelou uma permanente inquietude. Por natureza irrequieto e brincalhão, mas voluntarioso; tem sabido conduzir a sua vida de uma modo que faz com que as coisas aconteçam. De um sonho faz um projecto e logo parte a rasgar caminhos para o concretizar. E assim surpreende-nos como escritor, depois de uma incursão pelas artes plásticas!
É necessária uma grande força interior, uma capacidade de mobilização de recursos pessoais fora do comum para, quando nada o fazia prever, dar largas ao sentir e ao sonhar e pôr de pé um projecto imprevisível no seu percurso de vida. É tornar possível o improvável!
Em Um Páís de Floreanos, do Vol I - Sonhos de Emerenciana ao Vol II - Ver Santa Maria por um Canudo, o autor mostra uma evolução, ganhando um maior equilíbrio na narrativa. Numa escrita tão natural como quem fala, em tom jocoso, prosseguem as histórias de vida com grande autenticidade e muito enraizadas no meio micaelense da época. O Vol II - Ver Santa Maria por um Canudo garante-nos umas horas de leitura interessante e divertida.
Maria de Lourdes Machado Faria