Maria e Baltazar abraçados, muito abraçados, só escutavam o arfar dentro deles quando se entregaram naquele pôr-de-sol soberbo com cores de mosto africano. Nesse fim de tarde perceberam que a partida para o conhecimento lhes traria outros luares. E fizeram-se à viagem num continuado beijo de fronteira.
O fogo de artificio estreleja nos céus à chegada a Itália. A lua continua desafiadora, deitada sobre este mar. Toda cheia. Maria nunca a tinha olhado assim, tão perto, como se apenas a ela lhe pertencesse.
“Será a mesma lua de antes, dos meus dias e das minhas noites?”