O universo feminino, o amor e a liberdade na escrita magistral do Prémio Nobel de Literatura de 1938.
Ao completar quarenta anos, Madame Wu leva a cabo a decisão que tomou há já algum tempo: comunica ao marido que, após vinte e quatro anos de casamento, não deseja ter mais contacto físico com ele, e pede-lhe que tome uma concubina para saciar os seus desejos carnais. A Casa Wu, uma das mais antigas e reverenciadas da China, é apanhada de surpresa e fica indignada com esta decisão, mas Madame Wu não se deixa dissuadir e escolhe uma jovem camponesa para tomar a sua vez no leito conjugal.
Elegante e distante, Madame Wu planeia esta alteração na sua vida da mesma forma como sempre geriu uma casa onde coabitam mais de sessenta familiares e criados. Tendo seguido o costume chinês de se casar com um homem escolhido pelos pais, e sido uma esposa perfeita em todos os aspetos, agora deseja libertar-se e viver apenas para satisfazer o seu espírito. Sozinha nos seus aposentos, aprecia a sua liberdade e a possibilidade de, finalmente, ler os livros que lhe estavam vedados. Quando o filho começa a ter lições de inglês, percebe que também ela gostava de aprender esta língua. E assim trava conhecimento com o irmão André, um estrangeiro com a mente à sua altura e que irá alterar a sua vida.