O ser humano não é solitário. Na companhia dos outros, cada um de nós pode ser mais forte, mais inventivo e estar em melhores condições para se conhecer a si mesmo. Numa linguagem concisa e rigorosa, Nunca Eu Sem Ti explica-nos porque é que cada ser humano é, ao mesmo tempo, uno e múltiplo, porque «eu sou vários outros, ao mesmo tempo eu próprio e todos esses outros que estão em mim».
Em tempos pensou-se que libertar-se dos outros e ter alguma distância em relação a eles era uma garantia de liberdade. Esta ideia justificava-se outrora, quando era necessário defender os direitos à liberdade e à criatividade, proteger a todo o custo a vida privada do indivíduo e favorecer a sua capacidade empreendedora. […] Nos nossos dias ouvem-se frequentemente palavras como participação, concertação, associação. Pode então colocar-se esta questão: o individualismo será indispensável para que haja desenvolvimento?
«O que conta não é tanto aquilo que um aprecia no outro, mas antes o facto de o observar e de lho comunicar.»
«Na ternura não há sujeito único.»