Não houve um 25 de Abril – houve múltiplos
O Senhor General Ricardo Durão tem uma carreira militar de muito relevo e o seu testemunho, ademais tido como próximo de alguns dos factos apreciados, merece ser lido com atenção e debatido com interesse, concordando uns e discordando outros, caso a caso (...) Ele dá-nos, com este livro, uma oportunidade soberana para revermos a nossa História contemporânea e para apurarmos o que, nela, nos foi ou é gratificante e o que, ao invés, nos penalizou ou penaliza.
do prefácio, por Marcelo Rebelo de Sousa
A conquista da democracia a seguir ao golpe militar vitorioso do 25 de Abril de 1974 não foi tarefa fácil.
A leitura das memórias do General Ricardo Durão relatadas neste livro, em especial na parte relativa ao que se passou a seguir ao 25 de Abril de 1974, tocou uma nota sensível na minha própria memória. Fui advogado do irmão do autor, o General Rafael Durão, quando ele foi preso na sequência dos acontecimentos de 11 de Março de 1975. Deixei, aliás, registadas em livro (“Cinco Casos de Injustiça Revolucionária”) algumas peças da defesa desse militar distinto cujo único “crime” foi bater-se pelos autênticos ideais de Abril, a democracia política, com pluralismo e respeito pelos direitos humanos. (...) Nas comemorações dos 40 anos do 25 de Abril algumas dimensões desses acontecimentos foram ignoradas, senão silenciadas. Uma dessas dimensões está bem caracterizada, com fidelidade, neste livro.
do posfácio, por Daniel Proença de Carvalho