Os passageiros de um navio que parte de Nova Iorque com destino a Buenos Aires descobrem que a bordo segue com eles o campeão do mundo de xadrez, um homem arrogante e pouco amigável. Rapidamente se forma um grupo que procura testar os seus conhecimentos de xadrez jogando com o campeão, apenas para conhecer uma clamorosa derrota. É então que um misterioso passageiro avança para os aconselhar, e o rumo dos acontecimentos se altera. Onde adquiriu ele este domínio extraordinário do jogo do xadrez, e a que custo? Nesta extraordinária novela psicológica o autor oscila, com inigualável mestria, entre um enorme suspense e uma reflexão pungente sobre o nazismo.
Austríaco de ascendência judaica, Stefan Zweig nasceu em 1881 e é um dos mais importantes autores europeus da primeira metade do século xx. Dedicou-se a quase todas as atividades literárias: foi poeta, ensaísta, dramaturgo, novelista, contista, historiador e biógrafo. A crescente influência do nacional-socialismo na Áustria e a instauração do chamado «austrofascismo», regime fundado pelo Chanceler Engelbert Dolfuss e que se baseava na ideologia fascista de Mussolini, levam-no a abandonar a Áustria. Emigra para Inglaterra acompanhado da sua secretária Lotte — com quem se virá posteriormente a casar — e torna-se cidadão inglês em 1940. Receando não ser distinguido dos alemães e julgando correr o risco de ser considerado um enemy alien, decide partir para o Brasil, obtendo ali um visto permanente. Estabelece-se em Petrópolis, onde, recatado e isolado do bulício do Rio de Janeiro, continua a trabalhar: escreve um breve ensaio sobre Montaigne, termina a autobiografia O Mundo de Ontem e redige a Novela de Xadrez como o seu derradeiro testamento literário. É aí que se suicida com a sua mulher, Lotte Zweig, a 23 de fevereiro de 1942, pouco depois de enviar o manuscrito desta Novela de Xadrez para várias editoras.