Quando iniciou a redacção de Os Náufragos do Autocarro, Steinbeck escreveu ao seu editor:
«O meu autocarro funciona, em meu entender, como um símbolo particularmente importante. É um autocarro cósmico, repleto de centelhas, espécie de contrafogo da Via Láctea, capaz de contornar a constelação de Oríon sem fazer sequer sinais de mão.»
A visão de Steinbeck ganharia uma vida extraordinária com a conclusão deste sue texto, a crónica imaginosa de um autocarro que percorre as estradas secundárias da Califórnia, transportando dentro de si os perdidos e os solitários, os bons e os ambiciosos, os estúpidos e os argutos, os belos e os perversos – todos em fuga dos seus sonhos desfeitos e, eventualmente, em busca de um futuro ansiado.