Em 1953, quando ainda era aluno de Horowitz no Mozarteum de Salzburgo, Glenn Gould, o maior gênio do piano deste século, toca pela primeira vez, para dois colegas de classe, sua interpretação revolucionária das Variações Goldberg , de Bach. Thomas Bernhard faz, a partir dos efeitos devastadores dessa interpretação sobre a vida dos dois amigos-ouvintes, uma narrativa impressionante. Uma prosa em que a exasperação é tão radical que acaba resvalando no humor, para revelar a gargalhada escondida por trás do desespero.