Grande Prémio de Romance da Academia Francesa
Tudo começa com os desaparecimentos, as deslocações de objectos.
Shimura-san vive sozinho numa casa silenciosa situada defronte dos estaleiros navais de Nagasáqui. Este homem comum dirige-se todas as manhãs para a estação meteorológica da cidade amaldiçoando o canto das cigarras, almoça só e regressa cedo a um refúgio sem outro cheiro que não o da ordem e do comedimento. Desde há já algum tempo, regista escrupulosamente os níveis e as quantidades de alimentos guardados em todos os móveis da sua cozinha, pois neste mundo contra o qual o imprevisto nada podia produziu-se uma grave perturbação...
Baseada num facto real,esta pequena obra é uma reflexão sobre o individualismo e o seu corolário, a solidão.