A questão nacional está de regresso. Com a desintegração da União Soviética, a guerra nos Balcãs, a reunificação da Alemanha e a escalada de correntes regionalistas na Escócia ou no País Basco, só se fala no despertar das nações. Seria um erro ver aí a erupção de um tribalismo primitivo, quando se trata de uma manifestação central da modernidade. Uma dupla perspectiva orienta a reflexão inovadora de Alain Dieckhoff. Em primeiro lugar, apreender os motivos ocultos das reivindicações identitárias que se exprimem do Quebeque à Catalunha, passando pela Flandres e pela Córsega. Longe de se resumirem a simples movimentos de humor, correspondem a dinâmicas sociais cujas lógicas precisas será interessante entender. Elas estão sobretudo ligadas ao desejo de reconhecimento de uma cultura específica, distinta da cultura de Estado. Para além disso, o autor procura ver como as sociedades modernas poderão responder ao desafio do pluralismo nacional. Nem o liberalismo nem o republicanismo nem o multiculturalismo estão à altura da tarefa. É necessário reformar profundamente o Estado-nação sem receio de o ver substituído no futuro pelo Estado democrático multinacional. De outro modo, é grande o risco de ver a tentação separista intensificar-se e, com ela, o espectro da etnicização assombrar o mundo.