Assim sendo, pelo quarto dia da tournée, pressenti que o meu olhar antropológico devia apontar numa outra direcção. Tive a sensação de que devia passar a estruturar o meu trabalho através de questões mais orientadas por aquilo que observava e não tanto pelas propostas de partida. O meu objectivo focar-se-ia, agora, em indagar as motivações daqueles músicos para fazerem as próprias tournées. Porquê embarcar para a Europa, deixando para trás fortes compromissos laborais e familiares, para tocar durante três semanas? Porquê lançar-se à aventura da estrada? Serão motivações de ordem económica, profissional ou de lazer? Investigar as razões dos músicos em estudo permitir-me-ia compreender não só toda a arquitectura de uma banda em movimento como também questionar e examinar a própria natureza identitária de um músico deste género, isto é, de um músico pertencente à cultura rock, no sentido mais lato. É disso que este estudo trata.