«Até conhecer a Ana Almeida, a Carla Rocha e a Marta Moncacha, eu achava que as mulheres não sabiam estar caladas. Agora que as conheço, tenho a certeza. E isso é bom, porque convoca, inspira e compromete o livro que têm entre mãos.
Ora, a primeira virtude deste livro reside nele mesmo: o leitor só as deixa falar quando quer, quando lhe apetece. Elas estão ali, à mão de semear, mas obedientes ao dono do livro, que o lê ao seu ritmo, no seu tempo. Parece misógino? Talves seja. Mas também é verdadeiro: este livro é seguramente o único momento em que estas três mulheres se deixam ficar.
(...)Quis o destino que as três se encontrassem. Primeiro, na mesma geração, com vivências semelhantes, com um sentido de humor próximo, com cumplicidades em dose generosa - ainda que com todas as diferenças, como a cara de qualquer um de nós: sinal aqui, ruga acolá, dente mais afastado, queixo mais afilado. Depois, quis (também) o destino que se encontrassem no masmo local de trabalho e, por fim, na mesma plataforma - a blogoesfera. Se fosse combinado. não correria tão bem: aos poucos, em cada um dos seus blogues, foi nascendo um conjunto de ideias, de textos, de desabafos, de observações, que se complementam e completam, e que até quando se opõem acabam por se "amigar". Sendo um livro com seis mãos, tem na verdade uma única - a mão comum destas mulheres tão diferentes e, afinal, tão próximas...
(...)Falam de coisas sérias, mas não se levam demasiado a sério. Sabem rir de si próprias, mesmo no meio do caos e da desgraça.»
Do prefácio de Pedro Rolo Duarte