O melhor Juan José Millás, regressa com A Mulher Louca, uma história em que o leitor terá de decidir o que é verdadeiro e o que é falso, uma investigação sobre os limites da realidade e da ficção, numa obra que condensa a essência do mestre da estranheza: humor inteligente, diálogos excepcionais e uma escrita provocadora. Um exercício de honestidade para enfrentar as suas angústias como autor a partir da verosimilhança da pura ficção.
Sinopse:
Julia trabalha numa peixaria e à noite estuda gramática, porque está apaixonada pelo chefe, que na verdade é filólogo.
Nos tempos livres, a jovem ajuda a cuidar de uma doente terminal, Emérita, e encontra-se com Millás, que está a fazer uma reportagem sobre a eutanásia. Durante as visitas, o escritor sente-se atraído pela ideia
de romancear a vida de Julia, embora para o fazer enfrente o seu bloqueio criativo com a ajuda da psicoterapeuta.
A realidade transtorna os planos do escritor, quando Emérita revela um segredo que guardou zelosamente toda a vida. O que começara como uma crónica para o jornal converte-se então numa espécie de novela, onde se verá apanhado como personagem.
À volta deste novo romance convivem três Millás: o Millás autor, o Millás narrador e o Millás personagem, o que torna este livro numa mistura entre reportagem e romance, a que se junta um ingrediente autobiográfico.
O autor transforma-se no protagonista do seu próprio relato, quando ao conhecer duas mulheres que vivem na mesma casa percebe que tem ali material para escrever uma reportagem e um romance. «Havia apenas um problema: através de que tipo de personagem iria fazer a narração? E dei-me conta de que o único personagem possível era eu», refere Millás em entrevista ao jornal El País.
Galardoado em 2008 com o Prémio Nacional de Narrativa (O Mundo), Juan José Millás, um dos mais reconhecidos e premiados autores ibéricos, brinda-nos agora com uma história que toca as fronteiras entre a realidade e a ficção.