Baritone Bay, a meio da tarde. Um homem e uma mulher, nus, casados há quase trinta anos, jazem assassinados nas dunas. Os corpos tinham expirado, mas qualquer pessoa diria - só de os olhar - que Joseph e Celine ainda se amavam. Pois enquanto a mão dele a tocava, encurvada sobre a perna dela, o casal parecia ter alcançado esse estado de paz que o mundo geralmente nega, um momento de graça que desafiava até o crime que os vitimara. Qualquer pessoa que os encontrasse ali, tão perversamente desfigurados, seria não obstante forçada a admitir que algo do amor de Joseph e Celine tinha sobrevivido à morte das células. Os cadáveres tinham sido entregues ao tempo e à terra, mas ali estavam ainda um homem e a sua mulher, repousando serenamente, carne contra carne, mortos, mas ainda presentes.
Os romances de Jim Crace apresentam-se em admirável sintonia com a substância e natureza de acontecimentos nos limites da vida. Os limites da história, os limites geográficos da terra, a zona cinzenta do comportamento moral, o limiar entre a vida e a morte, tudo isto são temas privilegiados do seu universo literário. A Morte nas Dunas é uma obra poderosa e absolutamente cativante, iluminada por uma imaginação vigorosa e fecunda.
"Uma das mais brilhantes estrelas da ficção britânica contemporânea."
The New York Times Book Review
"Uma obra quase genial [...] por um dos mais originais e talentosos escritores do nosso tempo."
Literary Review