Maria, 67 anos, morreu com a ajuda da Dignitas, na Suíça. Foi a primeira portuguesa a recorrer a esta associação de apoio ao suicídio assistido. Tinha um cancro em fase terminal, um prognóstico de menos de 12 meses de vida e passava por um grande sofrimento. Preferiu procurar uma morte digna, em vez de esperar e «desaparecer aos bocados». Dois amigos, próximos da família, acompanharam-na nesta derradeira viagem e testemunharam os seus últimos momentos. Este livro relata a história de Maria através destas duas pessoas - o que os levou a acompanhar a amiga, apesar de nunca terem ouvido falar de suicídio assistido, e o que sentem por terem de guardar esse segredo como se tivessem cometido um crime. Morte Assistida conta ainda com o testemunho de outros portugueses que se confrontam diariamente com a iminência do final da vida. Alguns não têm perspectiva de recuperação, restando-lhes apenas um tratamento paliativo, e todos gostariam que a morte assistida fosse legislada e despenalizada em Portugal. No nosso país, o incitamento ou ajuda ao suicídio é penalizado com pena de prisão até três anos. Portugal também é dos poucos países da Europa que não tem uma associação right-to-die, que defenda os direitos dos doentes e a liberdade de escolha no fim de vida.