As religiões, sobretudo nos seus movimentos e nas suas expressões culturais, não são estáticas, mas antes sujeitos e objectos de mudança social. O mesmo acontece com o islão. Décadas após a chegada de imigrantes laborais e pós-coloniais muçulmanos à Europa ocidental, o islão perdeu a sua quase invisibilidade para se tornar um factor importante em termos políticos e de debate público. Neste processo, nenhum dos lados envolvidos permaneceu inalterado. A autora apresenta uma cuidadosa análise da europeização do islão e da orientação islamizante dos europeus de origem muçulmana, processos que só poderão ser compreendidos nos seus contextos europeus específicos, onde se verificou, após o fim da guerra fria, uma adesão agressiva a tradições culturais e uma proliferação de categorias religiosas. Prof. Jørgen S. Nielsen Centro para o Pensamento Islâmico Europeu, Universidade de Copenhaga