Constança, uma menina humilde e de boas famílias, é possuidora de um coração de ouro, frenético, mas muito teimoso e impulsivo. Lutando por uma vida independente, optou por deixar a faculdade para trás e enveredar pelo mundo do trabalho, relativamente nova, cheia de coragem, deixou por momentos, que as vicissitudes da vida, a convencessem e a fizessem sofrer. Não soube optar.
Com o coração ainda puro, sem maldade e sem qualquer hipocrisia, Constança arregaçou as mangas e foi à luta, uma luta que a iria marcar para o resto da vida, onde nunca imaginou, ainda vir a conhecer pessoas hipócritas, que para atingir os seus objectivos não olhavam aos meios, nem aos fins. Mas, mesmo assim, continuou a acreditar e a ter fé, mesmo sendo incompreendida nas suas acções, e desmotivada com as suas atitudes. Uma menina de um sorriso agradável e sempre predisposta, mas que com facilidade lhe correm lágrimas.Com um coração deveras emotivo, na maioria das vezes, sem o conseguir controlar.
Durante um longo momento na sua vida, acreditou demais nas pessoas e no meio de tantos entalões, acabou por compreender que deveria ter agido mais com o cérebro e não ter dado asas ao seu coração. Todavia, nesta altura, já era tarde demais; os factos infelizmente já estavam consumados, só na altura compreendeu que tinha sido vilipendiada.
Para além de uma grande lição de vida, foi ainda necessário sofrer e lutar para finalmente aprender a lidar com a maldade que a vilipendiou e lhe magoou os seus generosos sentimentos.
Finalmente aprendeu, à sua custa e risco, que a vida dentro de uma empresa multinacional, é um verdadeiro pesadelo, um mundo selvagem, em que os interesses egoístas, estão acima de tudo, em que se encontra muito pouco da chamada honestidade, e onde a maldade campeia.
Pergunto-me, conseguirá ainda Constança, chegar a tempo de ultrapassar vitoriosamente esta fase malograda, na sua vida? Teria sido uma atitude correcta e lógica, ter deixado a faculdade de lado, para ir trabalhar?
São as nossas atitudes e opções, por vezes mal interpretadas, que marcam verdadeiramente as circunstâncias da nossa vida. Afinal de contas, colhemos o que semeamos. O velho ditado diz e é verdade, “Com entalões, é que a gente aprende”.
A experiência de vida laboral, durante muitos anos, permitiu-me tirar ilações, muitas delas bastante negativas, pelo que aqui vos deixo alguns conselhos que me parecem úteis:
Quero aqui, chamar à atenção dos jovens que lerem este livro, especialmente às meninas que, após os estudos secundários,optem pelo mercado de trabalho, tenham muita cautela, pela forma ingénua, ou maquiavélica como lidam com os colegas mais velhos.
Muitas são as vezes que eles, em princípio, oferecem-se para as ajudar, que sabem tudo, que as ajudam em tudo, mas o objetivo é outro, acabam por vos enganar, atirando com os mais novos para um complicado imbróglio de ditos e mexericos que os pode arrastar para o próprio despedimento, ou algo muito pior.