Este é um livro sobre Moçambique e traduz o choque entre uma África imaginada e uma África vivida nos finais dos anos cinquenta do séc. XX. É também um livro sobre o fim da infância, numa cidade colonial, Lourenço Marques, então no seu apogeu. Pretende ser, ao mesmo tempo, uma homenagem ao trabalho desenvolvido pelos engenheiros da Missão Geográfica de Moçambique - um misto de cientistas e exploradores que, ao longo de décadas, nos confins do Império, procuravam conhecer o território e delimitar-lhe as fronteiras, com o máximo de rigor possível, em condições extremamente difíceis. Eram homens da têmpera de Serpa Pinto, Hermenegildo Capelo, Roberto Ivens, David Livingstone ou Gago Coutinho, que testavam os limites do humano face a uma natureza desconhecida e selvagem, face a populações enigmáticas que não entendiam, é verdade, mas que procuravam respeitar.