"...O Minho é tão rico de perspectivas que nenhuma ideia se poderá formular acerca da sua fisionomia sem uma persistente auscultação da sua anímica intimidade. É preciso sair do carro ou do comboio e entrar aqui ou acolá, naquela bouça, subir aquele pequeno monte, calcorrear os caminhos rústicos, conhecer os lugares recatados que nenhum Guia poderá indicar, transpor alguns pontilhões dos seus verdes regatos, seguir sem destino ao longo dum silvado, contemplar um ou outro valeiro do cimo de um desconhecido miradouro e ouvir o rancho das raparigas que andam lá em baixo, no meio da várzea, a sachar e a cantar, fazer dois dedos de conversa, com bonomia e lhaneza, com o rapazito que guarda o gado na borda de um campo, descansar uma hora numa devesa – então se conhecerá o velho e verídico Minho."