Uma jovem guineense forçada a uma vida que ninguém quer. Uma história comum que poucos conhecem. A Minha Infância Roubada é o testemunho arrasador de Diaryatou, guineense, que nos relata a luta para salvar a sua vida e conseguir vivê-la. O pai de Diaryatou, incapaz de sustentar as suas quatro mulheres e os seus trinta e dois filhos e filhas, colocou-a, aos dois anos, em casa da avó, numa aldeia sem electricidade nem água corrente. Como todas as meninas, Diaryatou foi submetida ao ritual da mutilação genital, aos oito anos. Aos catorze foi casada com um homem trinta anos mais velho, que a levou para a Holanda prometendo-lhe o paraíso. Clandestina, sem meios de subsistência, Diaryatou foi brutalizada, humilhada, violentada. Por duas vezes engravida, e, sem assistência médica, por duas vezes aborta, aos catorze anos. Consegue fugir aos dezoito, depois de, pela terceira vez, ter dado à luz um bebé nado-morto. Vive em França, prosseguindo os seus estudos e esperando um dia ser "legalizada".