Num mundo cada vez mais dominado pela ciência e pela técnica, no qual, a cada dia que passa, vai aumentando o enorme “edifício” do saber construído pelo ser humano, fará sentido falar em milagres? Não parecerá este um conceito esgotado e já pertencente ao passado? Com este trabalho, pretendemos essencialmente, apresentar um conceito de milagre, tendo como base a Sagrada Escritura, e centrando-nos naquela que tem sido a reexão teológica desenvolvida ao longo dos últimos anos. Mais do que encontrar respostas unívocas e denitivas, tentaremos perceber o modo como a teologia bíblica enfrentou os desaos lançados pela crítica racionalista.
Pela sua importância na estruturação da fé cristã e pela centralidade que assumiram para a própria reexão teológica, centrar-nos-emos nos milagres de Jesus, ou, se preferirmos, nos sinais de Jesus, os quais parecem constituir uma parte essencial da sua missão, como bem atesta a tradição evangélica.
Deste modo, estruturaremos a nossa reexão em duas partes indissoluvelmente ligadas entre si.